Sem comando!

Na cultura do futebol do futebol brasileiro, quando as coisas não estão acontecendo de acordo com as expectativas dos “donos” dos clubes, o primeiro a ser sacrificado é o treinador.

Muitas vezes, os gênios do nosso futebol, aqueles que se julgam maiores e melhores que todo mundo, são incompetentes e formulam um péssimo planejamento. O resultado são campanhas horrorosas nas competições que disputam e que servem para aflorar o descontentamento dos seus torcedores.

O planejamento do Atlético Paranaense para este ano foi feito para o time disputar o titulo de campeão brasileiro. Afinal, fizera uma pré-temporada de primeiro mundo na Europa e teve oportunidade de enfrentar grandes times na sua preparação. Logo, quando voltou para o Brasil, o que dele se esperava era que desse show. Infelizmente, os gênios erraram. Trocaram os pés pelas mãos e o show esperado não veio. Alias, veio sim, tivemos um show, mas um show de horrores.

Em todo esse tempo que vivo o dia a dia do futebol paranaense, nunca havia presenciado um time tão desorganizado. A desorganização ultrapassa as quatro linhas e invade os bastidores. Está ruim no gramado, com um time que não conseguiu disputar o campeonato como time grande que é, mas que disputou o “Torneio da Morte”. Não empolga na Copa do Brasil e sofrerá muito no Campeonato Brasileiro. Nos bastidores, comenta-se que as dividas estão se avolumando.

Para piorar, os sócios, por conta da péssima campanha, estão inadimplentes. Há uma baixa no volume de dinheiro em caixa e a diretoria não tem moral para pedir paciência aos seus torcedores. Pois, é uma torcida sofrida que pagou a sua sociedade mesmo quando o time era nômade e não tinha um estádio para mandar os seus jogos.

A coisa anda muito mal. De um lado, uma diretoria perdida sem saber o que fazer, mesmo achando que sabe tudo sobre futebol, sem dinheiro em caixa para investir, sem apoio dos seus conselheiros e com uma torcida que é fanática, porém está insatisfeita. De outro, o que importa ao torcedor, um time frágil, confuso, desorganizado em campo e principalmente com um comandante sem a mínima experiência para gerenciar um grupo com tamanhos problemas.

Hora da decisão!
O Campeonato Paranaense já acabou? O resultado de 2 a 0 foi suficiente para o Operário Ferroviário vencer a competição? O Coritiba vai conseguir reverter esse resultado negativo? São apenas algumas perguntas que fazem os torcedores de Coritiba e do Operário de Ponta Grossa.

Dias atrás, ao ser perguntado sobre quem era favorito a ganhar o titulo, eu disse que a palavra favoritismo, pela campanha que fizera e pelos números alcançados nas fases anteriores, melhor se aplicaria ao Coritiba. Contudo, a conquista do título passaria por uma boa partida, obviamente, com um bom resultado alcançado na cidade Ponta Grossa.

Com o resultado positivo conquistado pelo time do Operário, com os dois gols de vantagem, se me perguntassem se é possível que o Coritiba reverta essa situação, eu diria que sim. Entretanto, se você perguntasse se é provável, diria que não.
O Operário pode ate perder esse título e deixar de conquistar um feito inédito, perder a chance de entrar para a história. O time já cumpriu a sua missão, já alcançou os seus objetivos. Mas, por tudo aquilo demonstrou no decorrer da competição, pelo jeito que o grupo aprendeu a jogar e pelo técnico que tem, esteja certo, torcedor, que o time de Ponta Grossa será um adversário muito difícil de ser batido.

Edilson de Souza é jornalista e sociólogo

Com tempo para trabalhar!

Uma das grandes reclamações dos nossos clubes, nos últimos anos, tem sido a falta de tempo para preparação de suas equipes para iniciar cada temporada. Pois, invariavelmente, nos últimos anos, os clubes retornavam das férias e imediatamente tinham de entrar em campo para jogar o campeonato estadual.

O Atlético Paranaense foi o precursor de uma prática que parece ter se tornado regra no futebol. Ou seja, ousaram em estender o tempo de preparação na busca de sucesso em toda a temporada. No primeiro ano dessa experiência deu certo, no ano passado nem tanto.

O Coritiba, em um primeiro momento seguiu o seu rival, porém, o resultado com sua equipe alternativa de longe foi o esperado. Já o Paraná premido por todas as dificuldades que vive, obrigou-se a colocar sempre o que tinha de melhor já nas primeiras rodadas.

Independentemente de quem esteja na vanguarda,  o importante é que os clubes, com a adoção dessa medida, podem fazer um melhor planejamento e por consequência obterem resultados mais interessantes nas competições que disputarão.

Esse tempo maior de pré-temporada fez com que os grandes clubes de Curitiba fizessem as suas estreias  no Campeonato Paranaense com resultados dentro de uma normalidade. Mesmo que os adversários tenham tido um tempo maior de preparação, os confrontos em termos físicos foram equilibrados. Nas vitórias da dupla Paratiba foi a técnica quem prevaleceu.

Assim, na primeira rodada, sem reclamações da falta de tempo para preparação, tivemos a previsível e provável vitória do Coritiba contra o Nacional, em Rolândia. O Paraná Clube, mesmo sem utilizar todos os seus principais reforços conseguiu passar bem pelo Prudentópolis. Contudo, a exceção da rodada ficou por conta do empate do Atlético no Oeste do Estado. O furacão, mesmo com seu time alternativo, tinha a obrigação de vencer, mas parou no bom time do Cascavel.