EDUCAÇÃO É TUDO? ENTÃO, NÃO TEMOS NADA!

Você lembra-se do discurso na nossa presidenta, quando da sua posse sobre a educação no Brasil? Faço um chamamento decisivo a você, trabalhador, e a você, trabalhadora: a educação não é apenas um dever do Estado e um direito do cidadão. É também tarefa da família e responsabilidade de todos, sem exceção. A educação começa com você. Todos têm que procurar a educação por seu próprio desejo, e lutar pela educação com sua própria força”. E o que te pareceu o slogan do seu segundo mandato: “Brasil, pátria educadora!”? A mim pareceu um discurso muito próximo ao “chavismo” que de longe combina com as ações da atual presidenta. Pois é, a cada dois anos, quando começam os debates políticos pré – eleitorais verificamos a mesma conversa fiada,  uma das primeiras providências dos candidatos e falar na melhoria de qualidade de nossa  educação. Precisamos repensar com urgência a nossa educação, sair do discurso político e deixar de trata-la como mera mercadoria. Foram  uma vergonha nacional os números apresentados no ENEM 2014. Mais de 6 milhões de participantes e apenas 250 estudantes conseguiram tirar 1000 pontos na redação e mais de 500 mil tiveram nota zero. Não sou contra os programas como, por exemplo, PRONATEC e Ciência sem Fronteiras, pois, os julgo por demais importantes. Porém, precisam de um grande ajuste para deixar de serem apenas  práticas maquiadoras de números em planilhas para apresentação públicas e sem efeitos práticos, os quais escondem uma notória falência do ensino público brasileiro. Concordo com aqueles que lutam por uma elevação dos salários dos professores, proporcionando uma verdadeira valorização dos profissionais de educação. É preciso incrementar e dar ao FUNDEB (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica) uma estrutura mais adequada. Mas, ainda é muito pouco. O governo deveria assumir uma postura de austeridade e partir para um amplo programa de modernização da estrutura escolar. Um aluno ficar dentro de uma sala de aula por apenas quatro horas e voltar para casa já não atende as expectativas de rendimento e aprendizado. E onde estão as propaladas escolas de ensino em tempo integral? Realmente, é preciso reformular o ensino médio, os alunos de hoje devem ter um novo currículo. Devem ser estimulados a terem um melhor raciocínio matemático e principalmente aprofundarem  seus estudos em linguagem. Infelizmente, é muito mais interessante ficar o dia inteiro no Instagram, no Facebook, no whats up a dispor e dedicar  alguns minutos do seu dia para a literatura. Edilson de Souza

CAMPEONATO ESTADUAL AGONIZA, MAS AINDA É VIÁVEL.

Todos os anos, e sempre no mês de janeiro, surgem as polêmicas  e  a mesmas conversas fiadas. Invariavelmente, por conta das atitudes tomadas pelo Atlético Paranaense, há alguns anos, em esticar a sua pré – temporada, e sua opção por disputar o certame estadual com um time alternativo é que Campeonato Paranaense é questionado e tem sua continuidade posta em discussão.

Para alguns, é uma competição deficitária, com clubes fragilizados, quase falidos e a competição sendo promovida por uma federação incapaz de gerir o seu próprio negócio. Para outros, uma perda de tempo, o qual poderia ser utilizado pelos clubes para buscar mais receitas em copas regionais e principalmente utilizando este período para uma melhor preparação para as competições nacionais.

Obviamente, não vejo nesta competição um mar de rosas, existem vários problemas, há de se criar alternativas para torna-la rentável e atrativa. Mas, mesmo assim, eu sou totalmente contrário ao fim do campeonato estadual.

Em tempo de discussão do Bom Senso, que busca solucionar a situação de desemprego que vivem muitos atletas profissionais pela ausência de calendário no ano todo, seria um contra senso falar em acabar quando a palavra seria ajustar e prolongar.

Concordo com o movimento do Bom Senso e entendo ser necessária a sua continuidade por alguns motivos: por exemplo, o mais importante é a questão social. Muitos profissionais de futebol, com o fim do estadual teriam de buscar alternativas. Seria uma covardia deixar tanta gente desempregada.

O segundo ponto a ser analisado é que matariam a galinha dos ovos de ouro. Por mais que o Trio de Ferro do Paraná não tenha coragem de utilizar, os times do interior sempre formam bons jogadores que, mal observados pelos nossos “olheiros/gênios” vão aparecer em outros centros e nos deixam chupando o dedo. E mais, esse campeonato é o único que podemos dizer que o Trio de Ferro entra como favorito.

Concluo que o estado do Paraná sempre foi um celeiro de craques. Dos campinhos de terra é que surgiram  jogadores que tiveram destaque nacional. Por que os clubes da capital não investem nos times do interior auxiliando na revelação de novos talentos? Lá no interior ainda existem campinhos de terra e ou espaço para isso.

Então, o que precisamos fazer é nos organizarmos para reverter esse quadro se apresenta caótico, mas é viável. Temos sim potencial para fazer melhor e mais rentável o nosso campeonato. Basta que unamos forças, clubes, federação, empresários e imprensa. Juntos, poderemos fazer um futebol paranaense melhor e mais forte. Assim, teremos todos os anos uma festa no interior. Alias só quem é do interior consegue verificar o quão importante é essa competição para quem vive e joga futebol nas pequenas cidades.

Edilson de Souza

O DESNÍVEL ECONÔMICO DO FUTEBOL BRASILEIRO

Vivemos em uma sociedade moderna, com procedimentos e atitudes bem peculiares. Fala-se muito em democracia, com liberdade para tudo e todos os tipos de ações, manifestações de pensamentos e com igualdade de direitos em todos os níveis sociais.

Entretanto, mesmo que vivamos em uma sociedade dita democrática, o que verificamos é uma enorme divisão de grupos econômicos, de pessoas e valores culturais. Há uma segregação mascarada e disfarçada com o nome de segmentação. Em alguns casos, para essa separação eu posso usar o termo “elitização”  ou aquilo que esta sendo chamado de “camarotização”.

Atualmente, tudo é dividido como sempre foi, independentemente de o modelo social. Por exemplo: os políticos mandam e o povo obedece. Existem ricos e pobres, patrões e empregados e a relação entre elite e os subalternos.

Fiz toda essa introdução pra dizer que o futebol brasileiro, aliás, o modelo econômico adotado para gerir o futebol não foge a regra da segmentação ou se preferir da segregação. Pois, há um tratamento muito diferenciado, em termos de valores, entre os chamados times grandes, os médios e os considerados pequenos. São valores astronômicos destinados á alguns poucos sortudos e valores irrisórios aos demais participantes da competição. Não há desta forma uma concorrência justa, não como disputar de forma equilibrada. E essa analise também vale para a competição estadual.

O futebol paranaense jamais estará entre os maiores clubes do Brasil, enquanto perdurar essa formula de distribuição dos valores das cotas de televisão, que separa, segrega, elitiza, “camarotiza” e promove o desnível das equipes. Obviamente que, uma vez ou outra poderá chegar a disputar títulos nacionais e será a exceção a regra. Mas, enquanto perdurar essa formula de distribuição dos valores das cotas de televisão o Estado do Paraná será apenas coadjuvante no futebol brasileiro.

Edilson de Souza